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terça-feira, 1 de março de 2011

Camelot: Mais uma saga do Rei Arthur, será?


Assisti ontem o episódio piloto da nova série do canal Starz: Camelot. Eu como fã das sagas Arthurianas, por ter visto muitos filmes e séries do gênero, devo dizer que essa definitivamente não é mais uma série sobre o Rei Arthur. Eu posso até correr o risco de dizer que está é A Série. Pois todas até hoje tiveram a preocupação de serem pudicas, colocando todos como castos, comedidos, Rei Arthur como um cara preparado para carregar o bastião da família Pendragon.
A série Merlin, que é uma visão mais singela e ingênua desta saga, mostra algo que sempre achei que era certo, o jovem Arthur que sempre imaginei: Um menino mimado que não estava pronto para o poder, e que através dos trancos da vida vai aprendendo o que é ser um líder. Tanto que me emocionei com a última season finale, mostrando Arthur e sua Tavola Redonda dando um passo maduro à diante.
Já nesta nova série da Starz, Camelot, as coisas definitivamente são muito mais maduras, como foi prometido por Chris Chibnall, ao dizer que seria o mais fiel possível a época, não furtando aos cuidados e pudores de outras produções. E pelo que pude assistir, algo bem grande vem por ai. Os cenários são magníficos, a fotografia no estilo de cinema remetendo a algo antigo e esquecido no tempo, a trilha segue a levada celta, a abertura é uma pintura que lembra até o estilão de Spartacus: Blood and Sands, assim como as cenas de sexo explicito também, sendo que sua maioria dentro do contexto.
O filme vai contar a saga de Arthur ao tomar o trono do pai assassinado, e a busca de Merlin em tornar o jovem rapaz amedrontado no Rei que se tornará um símbolo de esperança. Para um novo rei, com novos princípios, criado longe dos vícios da corte, Merlin escolhe as ruínas da cidade romana de Camelot como o ponto de partida desta retomada. Pois Arthur como aponta a maioria das lendas, será o Rei que governará o período de ouro da Bretanha, conseguirá fazer alianças inimagináveis para a época e terá um período de paz que findará com a sua morte.
A série tem essa pretensão, muita história para contar, muitas idas e vindas. Mostrando como o poder é disputado, a sabedoria pode ser importante, um rei será forjado e o sexo pode ser uma grande peça nesse jogo pelo trono.
A história começou muito bem, tendo interpretações dignas de nota como o líder do elenco Joseph Fiennes que interpreta Merlin, que tem idade discutível em várias versões Arthurianas, mas este aqui é uma mistura de todas as versões, pegaram tudo que se conhece de Merlin, bateram no liquidificador e surgiu este. Um mago mais guerreiro, sério, sombrio, mas às vezes gentil e atencioso com o jovem Arthur, sendo austero quando necessário, servindo sempre de suporte, guia para a caminhada do novo Rei.
Um rei assustado, perdido ainda sob o manto e a coroa, interpretado muito bem por Jamie Campbell Bower (Crespuculetes, nada de se meter a ver essa série se você é menor de idade, senão seu papai e mamãe esganam você), que no inicio mostra um Arthur moleque, saído da adolescência, que cresceu na indolência dos campos, longe das guerras e tendo em mente apenas o prazer das mulheres, como todo bom adolescente. Mas que de repente se vê como dono de um trono, com vários reis e súditos ajoelhados diante de si, inimigos dispostos a tudo e uma pergunta que não quer calar de forma dolorida: “Merlin, o que você fez comigo?”. Uau! Que começo!
Para fechar o passeio pelo elenco principal temos a belíssima Eva Green como Morgana. Maravilhosa neste papel, tão confortável, vestindo tão bem um personagem tão mítico, que já foi mostrado de todas as formas possíveis, como bruxa, menina frágil, vil, doce, forte, perdida, cheia de escrúpulos, uma rainha sem trono, humilde, de todas as formas (Sendo que a minha predileta é a de Brumas de Avalon). Só que a Morgana de Eva, é uma das que certamente figurara entre as mais lembradas no futuro, ela é “odiavelmente” grandiosa, você fica encantado com os meandros em que ela se espalha, viva, cheia de desejo pelo poder, sedutora, intensa, forte, altiva.
Ela entra em cena e toma todos os espaços da tela, ela é grandiosa demais, mítica. Sua primeira cena como suposta rainha, transitando poderosa, é maravilhoso. Sem contar a voz que as vezes parece que ela roubou de Helena Bonham Carter que fez Morgana no filme Merlin de 1998, aquela coisa meio bruxa, cavernosa, arranhada e perigosa. Magnífica!
Só sei que essa série para mim começou muito bem. Eu acompanharei. Ela começa a ser exibida na TV Americana no dia 1º de Abril (isso mesmo no Dia da Mentira, mas não é mentira). Já aqui no Brasil, não há previsão, só posso garantir o trailer mesmo.

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