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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Switched at Birth: Parece um clichê, mas não é.

Daphne e Bay
"Um erro mudou duas familias para sempre"

A ABC Family tem um histórico de fazer comédias leves e dramas açucarados, mas agora ela resolveu fazer uma série mais tensa, e o nome dela é Switched at Birth (tradução para o português “Trocadas no Nascimento”). A atração conta a história de Bay (Vanessa Morano) que descobre acidentalmente que foi trocada na maternidade. Em plena adolescência ela enfrenta o fato de não pertencer à família que pensava pertencer, e ter que aprender sobre sua verdadeira família composta pela mãe Regina Vasques (Constance Marie) e sua avó, também tendo que conviver com a garota que “tomou seu lugar”, Daphne (Katie Leclerc), que por sua vez enfrenta o susto de ter sido trocada e conhecer a nova família, os Kennish: sendo o pai John (D. W. Moffet), a mãe Kathryn (Lea Thompson) e o irmão Toby (Lucas Grabeel).
Mesmo tendo aquele clichê de crianças trocadas na maternidade e tudo mais, a série se tornou sucesso por causa de outros conflitos que são retratados, pois
as duas famílias são de universos completamente diferentes. Os Kennish são a típica família americana, naquele modelo tradicional, mãe dona-de-casa, marido cuida dos negócios, os filhos estudam na melhor escola da região. Por serem ricos, possuem uma mansão, carros caros, fazem compras, viajam, muitas festas, como a maioria dos ricos da ficção. Do outro lado temos os Vasques, que são uma família diferente do padrão, pois Regina é mãe solteira com um passado de alcoolismo, criou a filha sozinha no subúrbio de Los Angeles, tentando manter a casa com o que ganha como cabeleireira. Uma família de sangue latino, que com garra tenta dar uma vida normal e sem dificuldades para a filha surda devido a uma meningite contraída na infância.
Os dois universos se chocam quando as duas famílias vão morar sob o mesmo teto, trazendo à tona as diferenças sociais, diferentes formas e as dificuldades de criar um filho adolescente, como ajudar as duas meninas que foram trocadas, como elas se sentem no meio desta confusão, como lhe dar com a surdez de Daphne, o vício de jogo de Toby, a rebeldia de Bay e muito mais. Tornando cada episódio mais interessante que o outro.
Mas o tópico de debate que rouba a cena e acabou se tornando o ponto que mais chama atenção na série é a questão da surdez, pois muitos mitos são esclarecidos como: “nem todo surdo é mudo” e que eles podem ter uma vida normal. E isso fica bem claro na Escola para Deficientes Auditivos que Daphne estuda, onde ela e seu melhor amigo, Emmett (que é um personagem apaixonante), mostram para a família e amigos a cultura dos surdos. E o debate que acontece sempre entre os dois grandes amigos sobre a viabilidade de uma relação entre Surdos e Ouvintes é bastante interessante. É muito legal a forma delicada que a série coloca os diálogos através de linguagem de sinais, que são legendadas e apenas os ruídos ambientes são ouvidos. É tão lindo, eu amo essas cenas, por que mostra quanto pode ser dito mesmo em meio ao silêncio, deixando bem claro a mensagem da série, que: Não é o surdo que se adapta ao ouvinte, mas sim o ouvinte se adapta ao surdo. Além de ser uma via mais simples, é um sinal de tolerância.
Nota para as adolescentes fãs do Lucas Gabreel, não sei como será daqui para frente, mas nos 10 primeiros episódios que eu vi ele participa muito pouco, é apenas um floreio de luxo, ele fica ali em volta, teve os conflitos dele por uns 5 ou 4 episódios, mas a maior parte da temporada é ele só dando suporte, falando um sim ou não, dando uma frase do tipo “se toca”. Ele honra a expressão americana para ator coadjuvante que é “Suport Actor”, pois ele só dá isso mesmo, suporte à trama, nada muito “Oh! Que diferença!”, ao contrário, às vezes o personagem dele enrola a trama atrapalhando, poucas vezes salvando, mas sempre nos momentos críticos, por isso ele acaba valendo à pena. Acho que quem é fã dele pode assistir, mas sem grandes expectativas.
O importante é que a série tem feito tanto sucesso que a ABC Family mais uma vez chutou o pau da barraquinha, além dos 10 episódios que já foram ao ar, eles encomendaram mais 22 que vão começar a serem exibidos em Janeiro de 2012, ou seja, meus amiguinho, a 1ª temporada terá 32 episódios, bagunçando o esquema de episódios americanos, fazendo uma quantidade enorme além dos 22 episódios padrões, e levando uma série da Summer Season a ser exibida no meio da Fall Season, uma coisa de louco. Graças à audiência, o sucesso e os bons resultados eles bagunçam tudo, até a cabeça dos telespectadores (que vão pensar ser uma 2ª temporada) e dos críticos que já não entendem mais nada da grade. Eita pau!
Mesmo assim eu recomendo esse bom drama!

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