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sábado, 26 de dezembro de 2009

Jodhaa Akbar: A obra-prima de Bollywood

A princesa Jodhaa e o Akbar

Esse filme eu vi no início do primeiro semestre deste ano, e desde que começou o Blog eu tenho tentado escrever um review sobre este filme muito bom, levando em escala de surpresa e Bollywood, posso até classificá-lo como maravilhoso. Então antes de terminar 2009, eu tenho que honrar essa promessa que fiz a mim mesma e dividir essa perola cinematográfica com vocês. Mas para isso terei que justificar por que este filme é tão bom (pelo menos pra mim, não sei se terão a mesma opinião).

Sempre quis ver um filme de Bollywood, pois a segunda maior indústria cinematográfica mundial deveria ser analisada, mas a visão que chegava aqui dos filmes de lá, era que o produto normalmente cafona, cheio de músicas pelo meio e com história pueril. Então resolvi começar pelo único filme que encontrei para baixar na internet (e ainda são contra pirataria, se dependêssemos só dos cinemas e das locadoras ficaríamos a ver navios), e dei a sorte de pegar justamente a película responsável de levar a Índia para o mundo, de mostrar Bollywood para todos e considerada até agora a produção indiana mais cara da referida indústria.

Então vamos que vamos, me armei de paciência, já que a grande produção tinha mais de 3 horas de filme, quase 4 se duvidar. Eram dois arquivos intimidadores. Mas ao começar, de cara meu queixo caiu, pois o filme em seus primeiro minutos tem uma cena de guerra que não deixa a perder para os épicos Hollywoodianos, e não pude deixar de pensar: “E não é que esses caras são bons mesmos!”.

A história é interessante, pois ele justamente cobre uma parte da história que os orientais não exploram tanto, que é sobre a expansão do reino mulçumano pelo oriente. Então este filme conta a história de um príncipe mulçumano que através do casamento arranjado com uma princesa indiana tenta levar o trono do Rhajastão, conhecida hoje como Índia. Este casamento mostrará o choque cultural e religioso desses dois povos, pois a princesa Jodhaa, que é uma lenda na índia devido a sua força de vontade e coragem, não se renderá tão facilmente ao candidato a Akbar (é Rei em Híndi).

O filme tem os cenários perfeitos, mostrando toda a magia da Índia antiga. Os grandes palácios e figurino riquíssimo são uma festa para os olhos. Um filme cheio de cor que as vezes até parece uma pintura com cores saltando para fora do quadro e enchendo os olhos, a trilha sonora que muitas vezes é cantada pelos próprios atores passa o tom de cada cena, dando uma emoção maior, substituindo o dialogo de forma majestosa.

Dá para notar o cuidado em que a película foi produzida para o mercado internacional, pois cada costume. Cada detalhes é explicado através do choque cultural, onde um membro de cada cultura explica para outra quais são os elementos de determinada cena, como a do casamento, feito parte a moda indiana e parte a moda mulçumana. É um mergulho em duas culturas extremamente ricas e esquecidas pelo cinema ocidental.

Akbar participa de ritual Hindu.Outro ponto alto desta história são os atores Aishwarya Rai (a princesa Jodhaa - A atriz mais bem paga e a rainha de Bollywood) e Hrithik Roshan (o príncipe Jalal Mohammad – O ator é considerado um dos mais carismáticos e o 3º mais bem pago de Bollywood). O diretor reuniu os dois melhores atores de Bollywood, donos de uma beleza tipicamente oriental, mas também atraente em qualquer lugar do mundo, e que juntos possuem uma química perfeita. Fazendo com que o filme fluísse como um rio em torno do casal principal, pois a história de amor de Jodhaa e o Akbar é uma lenda indiana, então deveria se escolher muito bem os atores para não ofender os próprios indianos. E a escolha do elenco foi certeira, pois Aishwarya, dona de uma beleza doce e meiga, consegue exalar isso também na doce princesa, que as vezes tem um ar perdido e romântico, mas que sob toda aquela doçura a força de uma mulher, que está disposta a tudo para manter seu povo a salvo da soberania de outra cultura, concretizando isso na luta de espadas que tem com seu marido, na cena mais bem coreografada que eu já vi, em uma paisagem etérea, com trilha sonora vibrante e marcante, uma luta de espadas forte e sedutora ao mesmo tempo.

Já o príncipe, encarnado por Hrithik, que caminha rumo ao destino de ser o grande Akbar, consegue ter aquela aparência rude, dura, curtido pelas guerras, mas ao mesmo tempo dono de uma grande generosidade e uma ignorância quanto às necessidades do seu povo. O papel por si só é envolvente, pois ele tem todos os ingredientes dos grandes heróis épicos, daqueles que fazem os homens invejarem e as damas suspirarem, mas este tem uma pitada de algo que os outros dificilmente mostram: a fragilidade. Em pequenos momentos do filme, você percebe que Jalal não é tão seguro de si, que ele teme pelos seus erros, que seu bom coração pode ser seu calcanhar de Aquiles ou sua chave para vitória, e essa sensação de fragilidade misturada com desolação vai aumentando ao decorrer da película e com o desenvolvimento da história, e muito se deve ao ator, pois no começo ele mostra apenas com o olhar, e se estende para o resto das nuances ao longo da trama.

Eu achei o filme envolvente, as quase 4 horas parecem apenas 2 em frente a tela, a música gruda em seu ouvido e depois você se pega cantarolando a saudação ao Akbar. O filme é como os grandes clássicos épicos, têm um pouco de tudo, tem ação, romance, aventura. Outro ponto alto que gostei do filme e creio ser uma característica do cinema indiano, aqueles que têm o estomago mais fraco ou mais sensível evitem algumas partes das cenas de guerra, pois nossos amigos orientais não usam de meias-palavras como os americanos, eles são mais realistas, mostrando elefante pisando na cabeça de soldado, cabeças sendo decepadas e muito sangue. Sem rodeios.

Mas vale a pena. Vale muito a pena essa incrível viagem ao coração do Rhajastão. Não foi a toa que esse filme foi tão premiado por onde passou, foi a comoção no festival de Cannes no ano passado, carimbando o passaporte da sua atriz principal para o júri, que na edição de 2009 já participou da votação. O diretor Ashutosh Gowariker conseguiu fazer um ótimo trabalho e provar que Bollywood não fica definitivamente nada a dever para sua mãe Hollywood, e que está independente em todos os sentidos, principalmente nos épicos caríssimos e de retorno grandioso em bilheteria. Por isso o Akbar reinou em todos os corações. Viva ao Akbar!





5 comentários:

  1. Concordo Ibirá...Ele me deixou com vontade de ver outros filmes indianos, mas é muito difícil acha-los na internet para baixar.

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  2. O filme é maravilhoso em todos os aspectos! Com certeza a princesa Jodha é uma lenda. Tanto que nos documentos da época, em nenhum, o nome dela está. Dizem que talvez ela nem tenha existido.
    Um filme indiano que recomendo pra vcs é "Umrao Jaan", a atriz principal também é a Aishwarya Rai, só que desta vez ela faz par com seu esposo na vida real. É tão bom quanto Jodhaa Akbar. Assistam, vale a pena!

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  3. Obrigada Thallyta por ter postado sua opinião. E devo concordar com você. Se alguém quer começar a se familiarizar com Bollywood, este é um excelente filme para começar seu tour por esta industria cinematográfica tão interessante.

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  4. Menina que filme Maravilhoso!! E as músicas então!!Fiquei apaixonada!!!

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