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terça-feira, 20 de abril de 2010

Guerra ao Terror: A Guerra vencedora do Oscar

O viciado por fortes emoções: Sargento de Primeira Classe William James.

Começo logo esse review falando que o filme Guerra ao Terror, vencedor do Oscar de 2010 é muito bom, mas que, não tem aquela aura de filme ganhador de Oscar. Desde o inicio até o fim eu não senti nenhum pouco deste ar que muitas películas que levaram a estatueta têm.

O ângulo de abordagem do filme é muito interessante, pois além de retratar um esquadrão anti-bombas, ela também mostra a guerra não apenas como algo edificante e maravilhoso, mas também como um vício, e que o sistema enrijece a alma dos soldados de tal forma que eles não sentem e nem vêem mais aquela linha tênue que separa o seguro do arriscado, a vida da morte, apenas a que divide a paz da guerra, sendo que o lado da paz não é tão excitante e animador quanto o lado da guerra.

O estilo em que Guerra ao Terror foi rodado nos ajuda a mergulhar neste universo, pois as vezes ele assume um caráter documental, tendo uns ângulos que inspiram aqueles documentários tipo uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, os cenários, aparatos, tudo, dá uma veracidade tão grande a história, e o impacto dela ser tão atual, acaba nos aproximando da história e as vezes tornando-se uma espinha atravessada em nossas gargantas.

Roteiro brilhante, direção impecável, atores muito bons em cena, foi tudo tão bem feito que você as vezes esquece que observa um filme fictício, baseado em fatos reais, em uma guerra real. Uma guerra destrinchada de forma cirúrgica, claro que eles colocam como os fundamentalistas como os vilões da história, os caras maus que colocam bombas para agredir a América, mas o engraçado é que não vemos soldados nobres como os retratados nas Guerras Mundiais ou do Vietnã, mas sim, vemos loucos, sem medo de correr riscos, cowboys de uniformes militares, todos representados na figura de um homem: o Sargento de Primeira Classe William James (interpretado por Jeremy Renner)

O prêmio pode ter sido uma retaliação ao excesso de tecnologia utilizado em Avatar?...Pode.

Mas em contrapartida, a premiação estará exaltando o vazio existencial, que acaba refletido naquele soldado e nos leva a questionar até que ponto existe a guerra, é para instaurar a paz ou satisfazer o desejo humano?

Parabéns Kathryn Bigelow cujo prêmio de melhor diretora foi muito merecido, pois uma mulher que dirige um filme tão forte, tão denso, com um tema tão masculino e que não deixa transparecer nenhum momento que tem um toque feminino. Talvez ela tenha se utilizado da porção homem que todas nós mulheres temos para conduzir um projeto tão desafiador e com tema tão polemico. Uma ousadia digna de prêmio.

Mas continuo repetindo. Oscar de melhor filme, não deveria ser entregue a este filme, que faltou um “algo mais” para ser merecedor de tal honraria.

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