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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Fringe: A Ciência do impossível


Essa série é muito estilosa, meio maluca em suas viagens para um mundo de explicações loucas e teorias nada convencionais. J.J. Abrams mostrou que dá pra levar o mistério e narrativa descontrutiva de Lost para o mundo urbano e tornar tudo uma grande investigação como Arquivo X. Pois Fringe sempre derruba as suas percepções e cria uma nova realidade a cada episódio. Tudo aquilo que parecia impossível, é colocado de forma tão palpável que parece até plausível. Ufa! E a viagem continua nessa segunda temporada.

A série começou de forma intimista, ninguém dava nada por ela, mas aos poucos ela foi criando uma rede de mistério que envolveu a todos, criando ícones que se espalham por toda série, símbolos misteriosos, assuntos envolventes que exploram a engenharia de borda, daí vem o nome em inglês Fringe, que é o nome que essa área cientifica leva em inglês. E ela existe e estuda o que colocamos como assuntos inexplicáveis da ciência, como: Combustão Espontânea, Telecinese, Neurociência, Hipnose, Pirocinese, Projeção Astral, Universo Paralelo, Criogênia, Mutação, Engenharia Genética e outros assuntos que formam essa “Ciência do Bizarro”.

J.J. Abrams se apropriou tão bem deste universo, que criou uma trama intrincada e estruturada sobre 3 personagens principais, interpretados muito bem graças aos atores: Anna Torv (que faz a agente do FBI Olivia Dunham), o mestre John Noble (o Dr. Walter Bishop) e Joshua Jackson (que faz Peter, o filho do Dr. Bishop). Sendo que deste trio nós devemos nos curvar ao talento de Noble, que transformou o louco cientista Walter Bishop numa das figuras mais adoráveis da ficção cientifica, pois ele é um personagem que é ingênuo em sua loucura, ele coberto de humildade cresce na tela, preenche todos os espaços com um carisma impressionante, ele é cativante e te leva por esse mundo do bizarro como Alice (do País das Maravilhas) saltitando pela estrada de tijolos amarelos. E quando ele está contracenando com Joshua Jackson é um show a parte, os dois revelam uma química incomparável, mostrando o filho relutante com a condição do pai, ao mesmo tempo cuidadoso e protetor. É muito interessante ver o trabalho de construção e interação deste personagem.E eles servem como base para toda trama, pois ficou bem claro quando o Sr. William Bell (Interpretado magistralmente pelo ícone Leonard Nimoy) mostrou que nada acontecia por acaso e tudo estava ligado. Então Olivia Dunham tem a visão das Torres Gêmeas que permaneciam intactas no universo paralelo onde Bell vivia. Grand finale para uma primeira temporada e bela amarra para trazer o público para uma segunda.

Fringe não é tão confusa quanto Flash Forward, ela segue uma certa lógica, brinca de gato e rato com a audiência, com uma mão tira e com a outra dá respostas. Para cada pergunta respondida surge mais outras questões misteriosas. E ai está o envolvimento dela, sem contar que todas elas convergem sempre para o laboratório de Walter Bishop em Havard, como se tudo que tivesse partido dali voltasse como um fantasma para assombrá-lo. Deixando aquela questão: O que a loucura deste homem esconde?

Nesta temporada até o 6º episódio Olivia tenta lembrar o que aconteceu durante seu desaparecimento, depois de encontrar as respostas ela parte para o mais importante, que é se utilizar delas para evitar que algo de terrível aconteça, pois as realidades estão em rota de colisão e recai sobre seus ombros e da Divisão Fringe do FBI evitar que isso aconteça. A temporada ainda está muito crua, pois diferente das outras séries que começaram pegando fogo, ela começou lentamente tentando explicar o que aconteceu no final da primeira, para então partir para a ação. Por que agora que Olivia tem as respostas vai partir para o combate.

A série não é para qualquer um. Pois aborda um pouco a ciência do impossível e às vezes parece um pouco bizarra demais, então alguns não gostam de ver séries que são “só mentira”. Eu não sou uma crédula, olho com curiosidade de narrativa, não com crença de que aquilo é realidade, mas nunca devemos esquecer Shakespeare: “Há muitas coisas entre o céu e a terra que vão além da nossa vã filosofia”. Mas para quem quiser acompanhar, pode assisti-la na Fox americana todas as quintas-feiras, às 9 da noite horário do leste. Já no Brasil você pode ver a série na TV fechada através da Warner Channel toda terça-feira, às 22 horas no horário de Brasília, ou espere bem calmamente pela chegada na TV Aberta, através da SBT, que tem ela no seu armário e está procurando uma brecha na sua grade de programação.

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